segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A morte do sol


Certa vez um filósofo chamado Jesus afirmou que “Não é o que entra, mas o que sai da boca do homem que trás maldição para si” e vocês, caros leitores fantasmas, não sabem o quanto esta verdade me dói, fui amaldiçoado e castigado por falar verdades, acho que em alguma parte do cosmos meus raios não brilham mais, uma das luas de júpiter, a que tanto disse que nada mudaria, agora declarou sua contemplação tão negada pelo segundo sol, mais um sol que ousa me roubar aquilo que nunca tive por completo, mas mesmo assim isso me dói, uma dor estranha, uma dor que eu não deveria sentir, mas que se dane, acho que já estou muito embriagado em Nietzsche para me importar com a moral, o que tenho a dizer é que em meios as suas erupções inconstantes, até o sol sofre ao perder seu brilho, como um deus que tivera seu brilho ofuscado por um menor, embora não possa, nem em minha maior pretensão, me comparar a uma divindade, nem mesmo uma menor. Sinto a dor da perda, sinto meu coração fatigado, sedento por descanso, tudo por causa de um giro lunar, por eu sei que a face da lua já não mais contempla ao meu brilho, mas sim ao brilho do segundo que agora, para si, tornou-se o primeiro, o astro rei, e eu, a quem a lua diz dever seu brilho, sua alegria de se mostrar ao cosmos, me sinto... Meio morto, mas acho que isso é natural, uma vez que o Cristo falava sobre a maldição das palavras, acho que lancei meus raios em forma de frases que ao se refratarem na lua, a machucou, e a mesma, embora tenha detido parte do que eu disse para si, devolveu os raios que me causam tanto impacto.
Mas a quem eu, um sol, poderia se queixar a não ser a vós meus caros leitores fantasmas, às estrelas que só figuram o universo? Às luas que me chamariam de tolo e por ainda estarem providas da moral comum excluiriam a si também do alcance dos meus raios? Ou acaso, eu , meu astro rei, ousaria me abrir a outros sóis? Claro que não, caro contrario eu não mereceria o título de Sol, o iluminador, mas sim a Planeta, o iluminado, acaso tal rebaixamento me faria ter a lua de volta? Creio que não, logo, não me interessa o retorno a comunidade dos quase figurantes.
Caros fantasmas, sabeis vós que a lua está entre vós, sim ela está e lê meus textos com um misto de emoções, afinal, nada no universo é inerte, algumas vezes a lua ainda voltará a contemplar o norte em que vivo, mesmo que não possa mais sentir meus raios, certamente ainda lhe passará flashes memoriais. Talvez hoje estes flashes me façam pensar em outras luas que já não sentem o meu calor, talvez, eu ainda sinta um pouco de saudades de tais luas que hoje são estrelas perdidas na escuridão do cosmos, e que portanto, não podem mais me ver como seu provedor de luz, contudo, nunca me deixarão de ver como uma boa lembrança, como aquele quem tanto me presenteou com seus raios de sentimentos: seu calor, seu Eros, seu Kronos... e por fim, seu implacável Tanátos. Ó queridos fantasmas, se vós sabem dizer porque os dias que antes tinham cerca de 18 horas de intensa ligação entre o sol e a lua hoje só tem 57 minutos e 36 segundos? Porque sempre que o “Nada mudará” ecoa em minha cabeça me vem a certeza de que nada mais é como antigamente? Acho que é verdade que os sóis morrem, e que por fim, param de brilhar, então me digam caros leitores fantasmas, na visão da lua a quem não mais vejo, seria eu ainda um sol ou acaso seria eu apenas um reles planeta? Parmênides, acaso possa me ouvir, me diga: Eu sou o Ser ou o Não Ser?

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